segunda-feira, 22 de maio de 2017

Tensão arterial: o que é e quais os sinais de alerta?

De forma silenciosa, a tensão arterial elevada desgasta o corpo humano e aumenta as probabilidades de uma doença tal como acidente vascular cerebral (AVC) ou enfarte do miocárdio (EAM). Mesmo sem sintomas visíveis de hipertensão, é importante fazer medições regulares e adotar hábitos de vida saudáveis. Descubra porquê.

Só em Portugal existem cerca de dois milhões de hipertensos, de acordo com os dados do Programa Nacional das Doenças Cérebro-Cardiovasculares. No entanto, metade destas pessoas desconhece que sofre de tensão arterial elevada. O motivo é simples: não há sintomas imediatos e, sem medições, a hipertensão não é diagnosticada – e, por consequência, não é tratada.
Mas o que é, ao certo, a tensão arterial?

O que é?

A tensão arterial trata-se da “pressão com que o sangue circula dentro das artérias e que não é um valor exato, mas que vai – dentro dos valores normais – variando ao longo das 24 horas [do dia]”, explica o especialista.
Esta pressão é normal e assegura que o sangue circula corretamente para todo o corpo. Os problemas começam, no entanto, no momento em que a pressão começa a exceder os valores normais, o que leva o coração a esforçar-se mais para bombear o sangue. É o que acontece quando se sofre de hipertensão.

Valores normais e de risco

A medição da pressão arterial assenta em dois patamares: a pressão arterial máxima (chamada de “sistólica”) e a mínima (“diastólica”).
  • Pressão arterial mínima
Diz respeito à fase de repouso, ou seja, à pressão exercida pelo sangue nas artérias “no momento em que não existe a onda de sangue expulso pela contração do ventrículo esquerdo”, esclarece Mário Espiga Macedo.
  • Pressão arterial máxima
Já a pressão sistólica é aquela exercida quando o sangue está a ser expulso pelo ventrículo esquerdo e percorre a árvore arterial.
É importante fazer a medição dos valores de pressão sistólica e diastólica. No caso de adultos, tenha em conta a seguinte tabela:


Causas da hipertensão

Em 95% dos casos, a hipertensão não tem uma causa evidente, destaca o especialista do Hospital Lusíadas Porto. No entanto, certas situações podem contribuir para um aumento da pressão arterial:
  • Envelhecimento;
  • Obesidade;
  • Diabetes;
  • Ingestão elevada de sal;
  • Stresse emocional.

Consequências da hipertensão

Perante uma pressão arterial elevada e confirmada com diversas medições, é diagnosticada a hipertensão. Na prática, tal significa que, com o tempo, a pressão mais elevada terá como consequência um desgaste prematuro das artérias. Se o desgaste ocorrer, por exemplo, na circulação do coração, cérebro ou rins, poderá facilitar o aparecimento de doenças nesses mesmos órgãos, salienta Mário Espiga Macedo.
A hipertensão arterial é um dos fatores que contribui para o Risco Cardiovascular Global de uma pessoa, conceito que traduz o risco de sofrer um acidente vascular ao longo da vida, como consequência da presença de vários fatores de risco. Caso não seja tratada, refere ainda o especialista, a hipertensão poderá resultar numa maior probabilidade de acidente vascular cerebral (AVC) e de enfarte do miocárdio.

Prevenção e mudança de comportamentos

A adoção de hábitos de vida saudáveis é essencial para prevenir o aumento da tensão arterial, sobretudo para hipertensos ou pessoas com risco cardiovascular elevado. Siga as recomendações:
– Adote uma alimentação com pouco sal (cinco a seis gramas/dia), poucas gorduras e rica em fruta e legumes;
………..
– Não fume;
………..
– Pratique exercício físico de forma frequente (marcha moderada e energética durante 30 minutos, cinco a sete dias por semana; ou durante 75 minutos, três vezes por semana, por exemplo);
………..
– Evite o consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
As alterações de comportamentos e da alimentação refletem-se precocemente no perfil tensional do doente. “Ao fim de oito dias já se podem ver resultados bem significativos, principalmente naquelas pessoas em que havia um excesso alimentar diário”, elucida Mário Espiga Macedo.

Medir a tensão arterial: como e com que frequência?

A tensão arterial deve ser medida anualmente, como parte do exame clínico de rotina recomendado a adultos. Diabéticos e pessoas com patologias renais, cardíacas ou neurológicas têm de ser controlados com maior regularidade. Mesmo assim, siga sempre as indicações do seu médico. Não há benefício, avisa Mário Espiga Macedo, “na medição muito frequente da pressão arterial [várias vezes por dia, por exemplo]. Em nada a melhora e é, muitas vezes, causa de ansiedade e preocupação do doente”.
Para que a medição seja o mais correta possível, lembre-se:
  • Faça-a de forma relaxada, e em repouso;
  • Não fume antes da medição;
  • Não tome café antes da medição;
  • Não esteja com a bexiga cheia.
 Pré-hipertensão: o que significa?
Os valores de tensão arterial ligeiramente acima do normal são um alerta para o maior risco de hipertensão. A pressão arterial entre 120/80 e 139/89 mmHg é considerada pré-hipertensão, um conceito geralmente associado à evolução da pressão arterial com a idade. Este é um termo adotado nos Estados Unidos (Joint National Commitee) e na Europa (Sociedad Europea de Hipertensión), mas que, como avisa Mário Espiga Macedo, “está em desuso”.

A sua tensão arterial está, pela primeira vez, acima do normal? E agora?

Uma única medição não é suficiente para se diagnosticar hipertensão arterial. Depois de uma primeira análise, a sua tensão arterial deverá ser examinada ao longo das semanas seguintes. Caso se confirme a hipertensão, siga as indicações do seu médico e implemente mudanças nos seus hábitos de vida.


segunda-feira, 27 de junho de 2016

COMO PREVINIR A DIABETES GESTACIONAL

Estima-se que uma em cada 20 grávidas possa sofrer deste tipo de diabetes. Aprenda como preveni-la.
 
O que é a diabetes gestacional?
Trata-se de um tipo de diabetes que surge durante a gravidez e, geralmente, desaparece quando esta termina.

Quais podem ser as consequências da diabetes gestacional?
O risco de hipertensão ou a maior taxa de cesariana, pela probabilidade de o bebé nascer com um peso acima da média (feto macrossómico). A diabetes gestacional não é causa de malformações fetais, como é o caso da diabetes não gestacional que pode apresentar maior taxa de malformações se a grávida não tiver a sua diabetes controlada no início da gravidez (4 vezes superior ao normal).
É importante a grávida com diabetes ter um valor de Hb A1C controlado na pré-conceção, pois este valor avalia o controle da glicemia (açúcar no sangue nas 6 semanas precedentes).

Quais são os fatores de risco para a diabetes gestacional?
A idade e ter antecedentes familiares de diabetes são fatores de risco que não se podem evitar.

Quais são os fatores de risco controláveis?
A prevenção da diabetes gestacional assenta no controlo do peso da grávida, com o objetivo de manter um peso adequado através de uma alimentação equilibrada.

Que tipo de alimentação ajuda a prevenir a diabetes gestacional?
As refeições devem ser fracionadas (um total de cerca de 6 refeições por dia), com intervalos não superiores a 3 horas – o que permite manter os níveis de açúcar no sangue estáveis. A ingestão diária de açúcar não deve exceder os 20g.

Como é feito o diagnóstico de diabetes gestacional?
O diagnóstico é realizado através de análises específicas (prova de sobrecarga de açúcar) no segundo e terceiro trimestres da gravidez. Se a grávida tiver fatores de risco, a análise é feita logo no primeiro trimestre.
Quando termina a gravidez, após 6 a 8 semanas, é feita uma nova análise de diagnóstico com o objetivo de apurar se a diabetes desapareceu, como é esperado. As mulheres com diabetes gestacional têm maior probabilidade de mais tarde virem a ter diabetes do adulto.

Que cuidados de vigilância é que a diabetes gestacional requer?
Implica que sejam tomadas medidas de precaução para evitar complicações para que a diabetes não permaneça no organismo finda a gravidez. Estas medidas envolvem uma readaptação da dieta através de um plano alimentar específico indicado pelo médico e prática de exercício físico.

Que alimentos devem ser evitados?
O plano alimentar visa prevenir/eliminar o excesso de açúcar no sangue. Isto implica evitar alimentos ricos em açúcar como bolos, chocolates e refrigerantes (entre outros), mas também reduzir a ingestão de pão, massa, batata e arroz.

É necessário controlar os níveis de glicemia diariamente?
A grávida deve medir a glicemia depois de cada refeição, o que permite avaliar se o plano alimentar está a ser eficaz para diminuir os níveis de açúcar no sangue ou se é necessário recorrer à administração de insulina.
Este controle diário da glicemia é feito sempre nas mulheres com diabetes a fazerem insulina.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

SABE MESMO PROTEGER-SE DO SOL?

Todos os passos que asseguram uma protecção solar eficaz. Dos zero aos 100
Nunca é demais relembrar os perigos do sol e o que podemos fazer para nos protegermos adequadamente. Assim, a melhor protecção para a pele começa no uso de roupa adequada (camisola, calças, chapéu). As zonas da pele não cobertas por roupa deverão ser protegidas com um protector solar contendo filtros para UVA e UVB. Durante as primeiras exposições ao sol recomenda-se o uso de um protector com Factor de Protecção Solar (FPS ou SPF) igual ou superior a 30.

Como prevenir as queimaduras solares

  • Em primeiro lugar, deve conhecer bem o seu tipo de pele. Têm maior risco as pessoas de pele clara com muitas sardas e sinais, cabelos claros ou ruivos e que não se bronzeiam ou bronzeiam mal. 
  • Evite o excesso de exposição ao sol, especialmente entre as 11 e as 16 horas;
  • Utilize sempre protector solar adequado ao seu tipo de pele e que proteja dos raios nocivos. Mesmo depois de já estarmos bronzeados devemos continuar a usar protector solar; 
  • Use vestuário, chapéu e óculos de sol, principalmente entre as 11 e as 16 horas.

10 perguntas sobre protecção solar
Se nunca fez estas perguntas, aproveite agora para saber as respostas que o vão proteger dos efeitos nefastos do sol

1. Num protector solar, qual é função dos filtros químicos?
Os protectores solares atenuam a transmissão da radiação e têm na sua composição filtros químicos e físicos. Os filtros químicos, como o mexoril e o tinosorb, penetram na pele e absorvem parte do espectro da radiação solar lesiva, transformando a sua energia em formas inofensivas.

2.    E dos filtros físicos?
Os filtros físicos, como o dióxido de titânio e o óxido de zinco, formam uma fina película sobre a pele, reflectindo a radiação solar. São os ecrãs físicos que conferem a coloração branca e o aspecto opaco dos protectores solares. O desenvolvimento de partículas de dióxido de titânio de menor dimensão (nanopartículas) tem melhorado o aspecto cosmético dos protectores solares.

3. O que é o factor de protecção solar (FPS)?
O factor de protecção solar (apresentado pelos protectores solares existentes no mercado) é determinado com base na razão entre as quantidades de radiação UV necessárias para que ocorra a queimadura solar, com protector solar e sem protector solar. Por outras palavras, se a pele não protegida tiver uma queimadura solar após 10 minutos de exposição solar, com a aplicação de um protector solar com um FPS 10 a mesma pele terá uma queimadura solar após 100 minutos e com um FPS 30 ao fim de 300 minutos (minutos necessários para ter uma queimadura solar a multiplicar pelo FPS). É importante saber que este efeito de protecção não aumenta linearmente com o FPS. Por exemplo, um FPS de 10 reduz em cerca de 85% a radiação UVB, um FPS de 20 em cerca 95% e um FPS de 30 reduzirá adicionalmente apenas um pouco mais.

4. Como devemos aplicar o protector solar?
Tão importante quanto a escolha do produto é a sua correta aplicação. Por exemplo, para se conseguir a protecção indicada com o «factor de protecção solar», é necessária uma quantidade de 2mg/cm². Para cobrir todo o corpo, pode ser necessário até metade de uma embalagem pequena. Acresce que esta quantidade deve ser aplicada 30 minutos antes do início da exposição solar (de preferência antes de sair de casa), de 2 em 2 horas durante a exposição solar e sempre após os banhos de mar ou piscina.

5. Quando devemos aplicar o protector solar? 
Devemos aplicar protector solar sempre que nos expomos à radiação solar. O protector solar não deve ser aplicado unicamente na praia ou na piscina, mas sim durante todas as actividades quotidianas (profissionais e lúdicas). 60 minutos de sol na praia têm o mesmo efeito na pele que 60 minutos de sol a praticar ciclismo ou 60 minutos de sol no exercício de uma actividade profissional na rua de uma localidade.

6. O factor de protecção solar protege-nos contra a radiação UVB e UVA?
O «factor de protecção solar» refere-se à protecção para a radiação UVB (que causam queimaduras solares) mas não à radiação UVA (que contribui de forma significativa para agravar o risco de cancro cutâneo e o envelhecimento da pele). Ainda não existem métodos de ensaio uniformes para comparar a intensidade da protecção anti-UVA, utilizando cada fabricante o seu próprio método para medir e indicar o índice de protecção.

7. Existem protectores solares que garantam uma protecção total?
Não existem protectores solares que ofereçam protecção total. Apesar de ser frequente encontrarmos indicações como «proteção total» e «ecrã total», nenhum produto deste tipo protege completamente contra as radiações UV, o que obriga a respeitar as outras regras de protecção solar, nomeadamente, a utilização de vestuário e o cumprimento de correto horário de exposição solar.

8. Os protectores podem mesmo ser «resistentes à água» (ou water resistant)?
Não existem protectores completamente resistentes à água, pelo que é necessário reaplicar o protetor solar após os banhos. De salientar, ainda, que a radiação UV penetra até 50 cm na água. Este fenómeno é responsável por queimaduras solares na face, ombros e dorso de indivíduos enquanto se banham ou nadam, facto que pode ser evitado com a utilização de protectores solares.

9. Que tipo de protector solar devemos escolher para um bebé/criança?
Devem ser escolhidos protectores solares hipoalergénicos, dando-se preferência aos filtros físicos. Os produtos de protecção solar não devem dar a impressão enganosa de que podem proteger suficientemente bebés e crianças pequenas. Os bebés não devem estar expostos directamente à radiação solar devendo, além da aplicação do protector solar e do cumprimento de um correto horário de exposição solar, ser protegidos com vestuário e chapéu de sol.

10. A aplicação de protector solar deve sempre ser acompanhada de outras medidas?
Devemos, sem dúvida, utilizar produtos de protecção solar e recomenda-se a escolha de protectores solares contra radiações UVA e UVB. É importante que os consumidores saibam que os produtos de protecção solar devem ser apenas uma entre várias medidas de protecção contra as radiações solares UV, como:
  • Evitar exposições prolongadas nas horas de maior intensidade solar;
  • Não dispensar a t-shirt, o chapéu e os óculos de sol;
  • Não expor bebés e crianças pequenas à luz solar directa. 

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Compreender a Síndrome de Défice de Atenção e Hiperatividade

Perceber melhor esta perturbação é essencial para ajudar a criança
 
É uma perturbação do desenvolvimento caracterizada por um grau de desatenção inapropriado para a idade da criança, à qual se pode associar, ou não, hiperatividade e impulsividade.
Ocorre em diferentes contextos sociais, perturbando o desempenho da criança a nível pessoal e académico, sendo as principais consequências dificuldades de aprendizagem e problemas comportamentais. Antes de julgar, e para conseguir ajudar estas crianças, é necessário compreender a situação.

Causas e tipos de Síndrome de Défice de Atenção e Hiperatividade
A causa é multifatorial, envolvendo fatores orgânicos (origem neurobiológica), genéticos e ambientais.
Consoante os sintomas que predominam, consideram-se 3 tipos: desatento, hiperativo/impulsivo e misto.
  • As crianças desatentas apresentam dificuldade em manter a concentração em determinadas tarefas, não prestam atenção aos detalhes, parecem não entender as ordens ou instruções dadas, perdem objectos e distraem-se facilmente com estímulos sem importância.
  • Os meninos hiperativos parecem movidos por uma fonte de energia inesgotável, mexendo constantemente as mãos e pés e não conseguem participar em jogos ou actividades de uma forma calma. É frequente o aumento do risco de acidentes.
  • A impulsividade reflecte-se na dificuldade da criança em esperar pela sua vez e seguir regras. Respondem a perguntas que não foram completadas e intrometem-se nas actividades dos outros, interrompendo conversas e jogos. Tomam atitudes repentinas, inesperadas ou desajustadas à situação, são teimosas, com baixa tolerância à frustração e com instabilidade do humor, sendo difícil aos adultos que lidam com elas controlar os seus acessos de raiva.

Importância do diagnóstico precoce
É muito importante que seja feito o diagnóstico adequado e o mais precocemente possível. Para validar a suspeita clínica, e posteriormente avaliar a eficácia da terapêutica, pode-se recorrer ao uso de questionários, que são preenchidos pelos pais e professores e que permitem obter o perfil da criança.

Tratamento multidisciplinar
O tratamento é realizado por uma equipa multidisciplinar, onde os pais e os professores são elementos fundamentais. É importante definir objectivos reais e estabelecer prioridades. Pretende-se melhorar as relações sociais e as competências académicas.

Terapêutica
A terapêutica assenta em dois pilares: farmacológica (metilfenidato) e psicoterapia. Em termos isolados e a curto prazo, a mais eficaz é a farmacológica, mas a longo prazo a combinação das duas é a indicada. Os complementos orais com ómega 3 podem ser usados principalmente em crianças pequenas e casos muito ligeiros de défice de atenção.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

PERDA DE AUDIÇÃO: OS SINAIS DE ALARME

Conheça os principais sinais associados à perda de audição e aconselhe-se com um especialista
 
Sabia que apesar de a perda de audição ser uma situação muito frequente, temos mais facilidade em detectá-la nos outros do que em nós próprios? Por isso, é importante saber reconhecer os sinais de alarme para que o problema possa ser diagnosticado e tratado precocemente.

Perda de audição progressiva: os sinais de alarme
Segundo o National Institute on Deafness and Other Communication Disorders (EUA), o NHS Choices (Reino Unido) e a Mayo Clinic (EUA), os sinais de alarme mais comuns que alertam para a perda de audição progressiva no adulto são:
  • Dificuldade em ouvir o que lhe dizem ao telefone
  • Não ouvir a campainha da porta
  • Achar que os sons estão "abafados"
  • Ter de esforçar-se para perceber uma conversa
  • Pedir frequentemente para as pessoas repetirem o que estão a dizer ou para falarem mais alto, mais devagar e de forma mais clara
  • Dificuldades de concentração em reuniões, conversas com mais de um interlocutor ou em locais públicos em que exista barulho de fundo
  • Os seus familiares queixarem-se que o som da televisão, aparelhagem ou o toque do seu telemóvel está sempre muito alto

Consulte um especialista
É importante estar atento aos sinais de alarme e consultar um otorrinolaringologista se sente que a perda de audição está a interferir nas suas actividades diárias, deixando de participar em conversas e começando a evitar eventos sociais por ter dificuldade em perceber o que as pessoas dizem. De acordo com a Mayo Clinic, a perda de audição tem um impacto significativo na nossa qualidade de vida, podendo gerar ansiedade e a sensação (errada) de que os outros estão zangados connosco e conduzir mesmo a estados de depressão.

Diagnóstico e tratamentos
O otorrinolaringologista poderá diagnosticar o seu problema através de exames complementares que serão pedidos de acordo com a sua situação clínica (audiometria, otoemissões acústicas, impedancimetria, potenciais evocados, entre outros exames) e aconselhá-lo em relação ao tratamento mais adequado consoante a causa da perda de audição e o grau desta. O tratamento pode ir desde os procedimentos mais comuns como a remoção do cerúmen, até diversos procedimentos cirúrgicos ou a adaptação de um aparelho auditivo (que amplifica o som e o direcciona para o ouvido). Actualmente, o Implante Coclear (IC), dispositivo electrónico que estimula o nervo auditivo directamente, também é uma opção para crianças e adultos que se integrem em critérios de selecção muito específicos (surdez neurossensorial severa-profunda bilateral/unilateral, entre outros).

Atenção!
A perda repentina de audição (que é, muitas vezes, acompanhada de tonturas ou de zumbido no ouvido) pode instalar-se no decorrer de algumas horas ou dias, é motivo para consultar o otorrinolaringologista de imediato. Pode ter diversas causas e é fundamental ser tratada precocemente porque a possibilidade de recuperar a audição depende em muito da rapidez com que se inicia o tratamento.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

INCONTINÊNCIA URINÁRIA: O QUE É E COMO TRATAR?

Saiba tudo sobre a incontinência urinária e conheça as causas e tratamentos possíveis.
 
A incontinência urinária consiste na perda involuntária de urina pela uretra. A sua origem varia consoante o sexo ou grupo etário que afecta, mas é normalmente associada à população idosa, podendo levar a problemas graves como úlceras e infecções dos rins ou da bexiga. É uma condição que, pelo estigma social que transporta, leva quem dela sofre a manter-se em silêncio por achar que faz parte do processo natural do envelhecimento. No entanto, nem sempre é este o caso.

Factores de risco
Contrariamente ao que se pensa, a incontinência urinária pode afectar qualquer pessoa, embora seja certo que se verifica uma maior incidência em certos grupos. Os principais factores de risco para o desenvolvimento de incontinência urinária:
  • Idade avançada;
  • Sexo feminino (corresponde a 85% dos doentes com esta patologia);
  • Alterações hormonais consequentes de gravidez e menopausa;
  • Obesidade.

Tipos de incontinência
Dependendo da forma como esta se apresenta, existem três tipos principais de incontinência:
  1. Incontinência por bexiga hiperativa (urgência)
    Caracteriza-se por vontades imperiosas e súbitas de urinar, associadas a aumento de frequência urinária e a perdas de urina. É com frequência associada a infeções urinárias, litíase, patologia específica da parede vesical, ou perturbações mentais como a ansiedade e demência.
     
  2. Incontinência por esforço
    Consiste na perda de urina em simultâneo com esforço muscular, como tossir, espirrar, rir ou fazer qualquer outra acção que leve a um aumento de pressão nos músculos do abdómen. Pode ter como causa, na mulher, uma hipermotilidade da uretra secundária a alterações hormonais, gravidez ou parto e idade. No homem, é habitualmente secundária à cirurgia da próstata.
     
  3. Incontinência por regurgitação (extravasamento)
    É secundária a uma retenção crónica de urina. Ocorre quando existe uma fuga de pequenas quantidades de urina, quando a bexiga está demasiado preenchida devido a um aumento de pressão. É normalmente causada por uma obstrução urinária, provocada mais frequentemente por patologia prostática, ou perda de força dos músculos da parede da bexiga, provocado por patologia neurológica.
A incontinência pode também ser mista, apresentando características de vários tipos diferentes, ou total quando existe uma perda contínua de urina durante um longo período de tempo.

Sinais de alarme
O principal sintoma da incontinência é a perda involuntária de urina, cujo volume pode apresentar grandes variações. Outros sintomas comuns do problema:
  • Necessidade frequente de urinar;
  • Sensação de bexiga cheia depois de urinar;
  • Perda de força do jato urinário.

Como tratar a incontinência urinária
O tratamento vai depender do tipo de incontinência.
Na incontinência urinária de esforço pode passar, em grande parte, pela reeducação comportamental, eletroestimulação ou através de uma pequena cirurgia minimamente invasiva que consiste na colocação de uma rede suburetral.
Para tratamento da incontinência de urgência, utilizam-se frequentemente fármacos que controlam a hiperatividade do detrusor, de toma oral ou mesmo através da aplicação intravesical.
Na incontinência urinária de regurgitação, o tratamento passa em grande parte pela remoção do obstáculo.

Atenção!
A incontinência é, na maior parte dos casos, uma doença curável e de fácil tratamento, em especial quando detectada numa fase inicial. Se suspeita que pode sofrer de incontinência urinária, consulte um médico urologista.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

CATARATAS: OS PRIMEIROS SINAIS DE ALARME

A identificação precoce das cataratas pode ser importante para o seu eficaz tratamento.
 
Chama-se catarata e é uma das principais causas de cegueira no mundo, podendo afectar apenas um ou ambos os olhos. Ocorre quando o cristalino, a lente natural do olho, perde a transparência e se torna opaco, dificultando a passagem da luz. A névoa que a partir daí se instala diminui, por sua vez, a qualidade da visão. Embora problemática, a catarata pode, no entanto, ser tratada, pelo que deve manter-se atento a pequenas alterações na visão, a fim de a identificar o mais cedo possível.

Factores de risco
Na maioria dos casos, as cataratas surgem em pessoas com mais de 60 anos. A doença decorre, nestes casos, do envelhecimento natural do organismo. Existem, contudo, outros fatores que podem contribuir para o seu desenvolvimento:
  • Exposição prolongada a raios ultravioleta;
  • Radioterapia;
  • Traumatismo ocular ou outros tipos de lesões nos olhos;
  • Diabetes;
  • Elevado consumo de tabaco ou álcool.

Primeiros sinais de alarme
Os sintomas das cataratas costumam ser, numa primeira fase, quase impercetíveis. A doença provoca a diminuição da visão, mas o processo leva o seu tempo. Para a identificar precocemente, esteja atento a variações subtis na qualidade da sua visão:
  • Visão parcialmente nublada;
  • Diminuição da visão diurna em alguns casos específicos (sensação de névoa no pico de luminosidade);
  • Diminuição da visão nocturna numa fase mais avançada;
  • Maior sensibilidade à luz ou ao brilho;
  • Menor capacidade de distinguir cores;
  • Observação de halos em torno das luzes;
  • Visão turva ou dupla;
  • Necessidade de mudar com frequência a graduação dos óculos.

O que fazer
Se suspeita que pode ter cataratas, deve marcar uma consulta com um médico Oftalmologista. Quando detectada numa fase inicial, a doença pode ser contrariada recorrendo a métodos relativamente simples:
  • Óculos e lentes de contacto;
  • Adopção de lupas ou lentes antirreflexo;
  • Utilização de iluminação adequada.

Enquanto a doença não prejudicar as suas rotinas diárias ou a sua actividade profissional, estes mecanismos podem servir de solução. A cirurgia às cataratas, através da qual estas são removidas e substituídas por lentes artificiais, continua, no entanto, a ser o único tratamento definitivo para a condição. Hoje em dia, aproveita-se o momento da cirurgia para proporcionar independência de utilização de óculos para longe e, por vezes, também para perto, através da utilização de Lentes Premium. Para além de se retirar a opacidade, corrige-se o problema refrativo de forma definitiva com uma só cirurgia.

Atenção!
A incidência directa e prolongada de raios solares nos olhos pode provocar cataratas. Mantenha-se protegido das radiações com óculos de sol capazes de abrigar os seus olhos dos raios ultravioletas. Evite ainda a exposição exagerada ao sol.